..
O mecanismo do descobrimento não é lógico ou intelectual. É uma iluminação súbita, quase um êxtase. Em seguida, a inteligência analisa e a experiência confirma a intuição. Além disso, há uma
conexão com a imaginação.— Albert Einstein

O ESPÍRITO NA MATÉRIA

Não sendo possível a ligação direta do corpo fluídico do espírito (perispírito) com a matéria densa do planeta, também é necessário que haja um corpo intermediário entre o mundo espiritual e o mundo físico.

As condições para ligação de uma PI, no grau de espírito, com o ambiente terreno, são extremamente difíceis. Não se fazem mais, simplesmente, por intermédio dos orbitais anteriormente citados, nas atmosferas de planos de vibração superior e inferior.

O espírito, quando vibra sua energia mental a fim de interagir com o astral inferior, precisa do apoio de um pólo atrativo especial no ambiente da atmosfera terrena.

Esse pólo é uma espécie de estrutura espacial de pensamentos, formada por partículas etéreas semelhantes às do plano Astral Superior respectivo.

Esse campo atrativo especial necessita de sustentação da vibração de FORÇAS envolvidas com o ambiente terreno, para que se mantenham firmes os cordões fluídicos do espírito que o transportam do Astral Superior para o inferior.

Utilizando-se desse pólo de apoio, a PI interage com a atmosfera terrena, a partir do Astral Superior.

Somente após algumas interações sucessivas, tem origem, na atmosfera terrena, um campo magnético de energia etérea, que envolverá esse pólo de apoio.

É corpo intermediário e temporário que precede à formação do orbital. É um campo magnético na atmosfera terrena totalmente sob domínio do espírito, através do qual passa ele a interagir, transmitindo correntes fluídicas de seu mundo espiritual para o astral inferior.

Enquanto houver condições de interagir com esse pólo atrativo, vibrará sempre toda a energia necessária, tornando cada vez mais forte esse seu campo atrativo na Terra.

Quando tem o espírito a oportunidade de vir a encarnar, interage e irradia para o corpo fluídico da futura mãe, através desse pólo atrativo.

Logo que o embrião humano já se desenvolveu a ponto de produzir vibrações que permitam ao espírito poder envolver-se com as suas células-matrizes, interage este com o corpo fluídico da mãe.

Por efeito dessa interação, o corpo fluídico (perispírito) do encarnante é projetado pelo vetor resultante (Força Reguladora) para esse pólo atrativo temporário criado inicialmente na atmosfera terrena, formando orbital próprio. Formado este, imediatamente atrai partículas que compõem a matéria sutil da atmosfera terrena.

Essas partículas são agrupadas e combinadas segundo as formas de correntes vibratórias transmitidas da sua esteira mental (memória atávica), criando, passo a passo, o chamado corpo duplo.

O espírito vibra seu pensamento, projetando nesse corpo as experiências adquiridas nas últimas encarnações. Essa projeção astral é uma forma de energia que servirá de molde para o corpo humano.

A mórula (células-matrizes embrionárias) pode ser comparada a um painel ou tela, onde estão distribuídas suas células, na qual a projeção astral se sobreporá.

As células-matrizes receberão energia através dessa projeção, com intensidades de correntes eletromagnéticas diferentes, segundo a memória atávica, as quais transportarão cada célula-matriz embrionária para determinado ponto.

Nesse ponto, passará a célula-matriz a exercer função específica, compondo cada órgão do corpo humano. Pode-se dizer que é a materialização da projeção astral.

O espírito organiza primeiramente o corpo fluídico ou duplo, organização esta que coincidirá, quase que concomitantemente, com a formação do corpo físico.

O corpo duplo vai-se envolvendo com o corpo físico, célula por célula, através de filamentos ou cordões fluídicos, à medida que forem sendo organizadas as células naqueles pontos determinados.

A partir do momento em que se completa o corpo duplo, o espírito estará preso à atmosfera terrena e à matéria, enquanto encarnado estiver.

A partir da formação do corpo duplo, passam a ser dois os tipos de cordões fluídicos necessários ao espírito na Terra. Um dos tipos, derivado daquele corpo, liga-se diretamente à matéria, envolvendo cada célula; outro deriva do perispírito, ligando o espírito ao seu mundo espiritual. Esses cordões muitos denominam de, respectivamente, cordão de prata e cordão de ouro.

O cordão de prata é constituído por energia etérea da matéria sutil do próprio planeta; o cordão de ouro, por matéria quintessenciada própria do mundo espiritual. Esses cordões fluídicos, constituídos por matéria astral (inferior e superior), são como tentáculos do corpo mental do espírito.

Deve-se acrescentar que o corpo duplo representa o veículo ou meio de locomoção que dá ao espírito condições de deslocar-se através da atmosfera da Terra. O deslocamento pode envolver distâncias consideráveis, equivalentes até à volta ao planeta, sem que se rompam os cordões fluídicos.

Para os estudiosos da vida fora da matéria, os fatos aqui enfocados sobre a existência do corpo duplo dispensam qualquer comprovação. Basta que se reportem aos praticantes da chamada projeção astral consciente, bem como aos numerosos testemunhos de médiuns videntes.

Quanto ao corpo físico, sua conformação é proveniente da superposição de experiências anteriores, adquiridas no verdadeiro laboratório de vidas que é o planeta. Resultam tais experiências na formação de estruturas mentais cada vez mais complexas.

Referidas experiências traduzem desenvolvimento biológico, desde o reino vegetal, até ao organismo mais aperfeiçoado com que nos deparamos na Terra: o corpo humano.

Completado o desenvolvimento biológico, recebe a PI a denominação de espírito; já possui, na sua memória atávica, a conformação de um cérebro, com estrutura capaz de, por si só, receber e transmitir experiências, agindo o espírito em função da sua própria vontade (livre-arbítrio), guiada pela própria consciência.

Ao encarnar, já se encontra o espírito devidamente preparado para utilizar-se de toda a FORÇA necessária, com vistas a transmitir a energia (vida anímica) para manutenção dos órgãos do corpo físico. Transmite-a, independentemente da sua vontade, diretamente de seu mundo espiritual, uma forma de energia fluídica superior.

Esses fluidos são um tipo de quanta de energia que tem como componente as Forças Etéreas Essenciais, Virtuais, Secundárias (matéria quintessenciada), Forças essas que fazem parte da atmosfera de seu plano de vibração Astral Superior.

Tal energia é transmitida em pacotes de ondas que penetram no corpo físico e são distribuídas para cada célula, através das diversas glândulas especiais (chacras) do corpo físico.

Essa energia é denominada por alguns energia cósmica vital, por desconhecerem a origem e constituição desses fluidos.

Ao preparar-se para o mergulho na carne, o espírito programa, no seu mundo espiritual uma espécie de pré-condicionamento, especificamente adequado a cada encarnação.

Esse pré-condicionamento pode ter influência, até mesmo, na longevidade das células, apesar da herança genética, podendo interferir também no desenvolvimento de estruturas do cérebro, para uso das faculdades extra-sensoriais.

Através dos cordões fluídicos ligados às células especiais do sistema nervoso central, o espírito transmite toda a sua vontade consciente, sob forma de pensamentos transmitidos em pacotes de ondas vibratórias (fótons de luz espiritual). Essa energia transmitida configura e caracteriza uma parte acentuada do espectro luminoso da aura.

Quando o espírito deixa de interagir com o campo magnético desse corpo fluídico duplo do mundo físico, interrompe completamente sua ligação com o mundo material, ocorrendo, então, a chamada morte.

Esse desligamento pode-se dar pelos mais diversos motivos, até mesmo quando o ser humano vibrar seu pensamento sem qualquer controle, em processo de desdobramento profundo.

Durante o sono, nos momentos em que se religa ao mundo espiritual por curto espaço de tempo, o encarnado reenergiza seu perispírito, recompondo-o. Fica, assim, em condições ideais de transmitir toda a vida anímica para o corpo duplo e o corpo físico.

Ao desencarnar, desliga-se o espírito do corpo físico e do corpo duplo, apresentando-se, em sua maioria, com perispírito enfraquecido, não possuindo mais qualquer orbital na Terra que lhe permita interagir com seu mundo espiritual. Permanece, portanto, preso à atmosfera terrena.

Muitas vezes, temporariamente em total escuridão, não consegue religar-se ao mundo espiritual respectivo, nem tampouco interagir com os seres encarnados.

Somente conseguirá religar-se ao seu mundo espiritual se tiver consciência da desencarnação e, através de pensamentos elevados, livrar-se da atração terrena.

Com as pequenas reservas da energia de seu perispírito que ainda lhe restarem, pode estabelecer imediatamente novas ligações fluídicas com o seu mundo espiritual, para onde será atraído.

Ainda que não lhe seja possível alçar pensamento capaz de livrá-lo da atração terrena, caso saiba realmente vibrar positivamente, receberá o necessário auxilio de um ou mais espíritos do Astral Superior.

Em permanecendo sem consciência da vida depois da morte e não obtendo qualquer auxílio, com o perispírito enfraquecido, engendrará novo corpo fluídico, imperfeito e disforme, composto por fluidos pestilentos da atmosfera da Terra.

O novo corpo fluídico – através do qual somente conseguirá fazer vibrar energia mental deformada – possibilitará ao espírito locomover-se através da atmosfera terrena e interagir com o corpo duplo dos seres encarnados que vibrarem formas de pensamento afins, sobrepondo seu corpo fluídico pestilento ao corpo fluídico do encarnado, atuando como verdadeira ventosa, como que sugando a vida anímica daqueles que o atraem pelo pensamento. Intuindo-os a prática de vícios.

Não mais dispondo do corpo carnal, utiliza-se desses recursos para melhor captar as sensações do mundo físico, satisfazendo os instintos e vícios que alimentou quando encarnado.

Do acima exposto, conclui-se que o espírito transmite energia fluídica ao corpo físico de duas maneiras, concomitante e independentemente, com finalidades distintas, a saber:

a) a que tem sua ação independente da vontade e através da qual o espírito transmite a energia que vai interferir diretamente nos processos físico-químicos, no interior das células, tendo, pois, a função de nutrir, reparar e conservar os órgãos, mantendo-os funcionando harmonicamente.

Essa ação da FORÇA é contínua e mantida, mesmo
que tenha ocorrido morte cerebral.
É o que Pinheiro Guedes denominou de vida vegetativa;

b) a outra forma de ligação é estabelecida por cordões fluídicos que envolvem regiões específicas do sistema nervoso central, através do qual o espírito transmite ao corpo, pela ação de sua vontade, uma corrente fluídica, aqui identificada como bioelétrica.
A essa ligação Pinheiro Guedes denominou de vida de relação.

É através dessas ligações fluídicas com o cérebro que o espírito, em função da energia das correntes produzidas por suas formas de pensamento, oriundas da vontade, exerce sua ação sobre algumas regiões do sistema nervoso.

As correntes bioelétricas atuam diretamente no interior das células que compõem regiões específicas do sistema nervoso.

São correntes que, em função de seus valores elétricos, equivalentes às formas de pensamento, encontrarão passagem através de determinada região específica da esteira do genoma, contida nas células especiais do sistema nervoso, produzindo ali uma série de hormônios, denominados neurotransmissores que vão influir, de forma direta, no funcionamento de todos os órgãos do corpo, inclusive no próprio sistema nervoso central.

Dr. Antonio Pinheiro Guedes, em sua obra “Ciência Espírita”, em 1901, esclarece mais ainda:
“como e por que, por efeito de uma emoção, uma paixão violenta, ou um traumatismo moral o espírito se conturba, fazendo com que o influxo sobre a célula orgânica perturbe as funções do aparelho digestivo ou do coração”.

“Nestas condições, só indiretamente os órgãos e aparelhos da vida de nutrição recebem o influxo do sistema nervoso cérebro-espinhal”.

Na dosagem certa, tais hormônios dão ao ser humano a sensação de bem-estar. Em excesso, são capazes de provocar a doença.

Tudo ocorre em função dos valores resultantes da intensidade, da constância, da forma e da energia do pensamento emitido. A produção dessas substâncias no cérebro pode-se dar também por influências externas reflexas e condicionantes.

O código genético das células é como uma matriz, com arranjos próprios para cada forma de pensamento, seja pela vida de relação, seja pela vida vegetativa. Somente através de determinado grupo de genes é que cada corrente bioelétrica terá passagem para, no interior das células, produzir todas as substâncias químicas específicas.

Alguns seres humanos, pela falta de exercícios mentais ou por emitirem pensamentos repetitivos e, conseqüentemente, usarem tão-só células neurais de determinada região, prejudicam-lhes as funções normais e, até mesmo danificam células que compõem outras estruturas cerebrais importantes, que se atrofiam e morrem.

Há, outrossim, seres completamente insensíveis que, mesmo procedendo da forma acima descrita, por seu grau de espiritualidade inferior ou em virtude de possível bloqueio ou falha no código genético das células, não produzem substâncias danosas ao organismo.

O cérebro apresenta plasticidade neural extrema, sendo possível, após a morte dos neurônios, através de exercícios apropriados, recuperá-los, ou, até mesmo com exercícios físicos, criarem-se ligações sinápticas, dando condições a que novas células neurais passem a exercer as mesmas funções das que morreram.

A lesão de neurônios provocada pelo efeito repetitivo de ações mecânicas acarreta lesões paralelas nas inervações e músculos, de difícil recuperação.

Futuramente, através de células-embrionárias, a medicina será capaz de recuperar totalmente os neurônios lesionados e os músculos e nervos, restituindo-lhes as funções normais.

Alguns medicamentos, sem contra-indicação e sem efeitos colaterais, já conseguem eliminar o acumulo excessivo de certas substâncias neurotransmissoras e controlar sua produção.

O efeito desses medicamentos, no entanto, é de curta duração, requerendo dosagens cada vez maiores, até se tornarem de todo ineficazes.

Modernamente, sabe-se que substâncias neurotransmissoras semelhantes às acima citadas são geradas também nas células especiais do sistema imunológico.

Essas células podem, inclusive, interferir nas células do sistema nervoso central e com estas interagir, efetuando a troca de substâncias neurotransmissoras.